Necropolítica no Brasil contemporâneo: reconfigurações pós-coloniais e a construção do “Outro” como um “Não-ser” para fazer morrer
DOI:
https://doi.org/10.70365/2764-0779.2022.9Keywords:
Necropolítica, Racismo , Colonização, Reificação, Labelling AproachAbstract
O presente artigo busca relacionar o conceito de necropolítica, elaborado pelo camaronês Achille Mbembe, ao domínio das relações raciais no Brasil, identificadas desde o período escravocrata e que, nos dias atuais, funcionam como estratégias políticas fundamentais para separar e dominar classes e raças. A abordagem ocorre em diálogo com a teoria do Labelling Approach e com a ideia de reificação, tendo em vista a subserviência do direito penal a uma classe dominante, conferindo tratamento diferenciado aos crimes cometidos pelas massas desfavorecidas, compostas majoritariamente por negros e periféricos. Esses grupos indesejáveis são, sob à ótica política e econômica vigente, inscritos no paradigma do “Outro”, ou seja, um “Não-ser”. Buscou-se analisar dados oficiais e oriundos da sociedade civil organizada, que desvelam alguns mecanismos pelos quais a necropolítica se operacionaliza no Brasil. Diante do fato de que a lógica colonial ainda se perpetua a construção de uma sociedade menos desigual e menos hierarquizada pressupõe o enfrentamento do racismo e das estruturas de poder que insistem na sua manutenção.
Downloads
Downloads
Published
Issue
Section
License
Copyright (c) 2024 Avante: Revista Acadêmica da Polícia de Minas Gerais

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.