Representação espacial e policiamento preditivo: abordagens metodológicas críticas no uso de SIG nos Estados Unidos e considerações para o Brasil
DOI:
https://doi.org/10.70365/2764-0779.2025.146Palavras-chave:
Sistema de Informação Geográfica; Policiamento Preditivo; Representação Espacial; Crime; Discriminação; Geografia.Resumo
Este artigo analisa o papel dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG) nas práticas de policiamento preditivo, com foco no mapeamento de crimes nos Estados Unidos. A partir de uma revisão bibliográfica crítica das teorias de representação espacial do filósofo Henri Lefebvre e dos geógrafos Milton Santos, Doreen Massey e Katherine McKittrick, o estudo ressalta a necessidade de uma abordagem criteriosa no desenvolvimento de softwares de mapeamento e na geração de algoritmos. Argumenta-se que o mapeamento de crimes no modelo de policiamento preditivo, enquanto representação cartográfica do espaço geográfico, tem reforçado a discriminação racial e desconsiderado a multiplicidade de vidas dentro das comunidades policiadas. O artigo também critica o acesso de informações policiais sigilosas por empresas privadas de SIG, especialmente a Esri, e alerta para os riscos de um monopólio no desenvolvimento de softwares de mapeamento criminal sem regulamentação. A partir do exemplo estadunidense, conclui-se que é essencial uma compreensão ampla dos aspectos regulatórios, éticos e humanos no uso do SIG, a fim de garantir que o mapeamento de crimes no Brasil seja uma ferramenta de justiça que gere práticas policiais imparciais.
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