COMPARAÇÃO FORENSE DE LOCUTOR POR MODELOS LINEARES GENERALIZADOS DE VARIABILIDADE ARTICULATÓRIA E VOCAL NA FALA ENCADEADA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.70365/2764-0779.2024.101

Palavras-chave:

Comparação forense de locutor, Variabilidade articulatória, Fala contínua, Modelos Lineares Generalizados

Resumo

A variabilidade é parte inerente da  fala e se deve a fatores relacionados aos locutores (e.g. sociolinguísticos e pessoais) e linguísticos (e.g. fonético-fonológicos e coarticulatórios). Para uma mesma mensagem e em um mesmo contexto de produção, a variabilidade extrafalante, anatômica ou fisiológica, deve-se à diferença nos tratos vocais e nas rotinas motoras, enquanto a variabilidade intrafalante é biomecânica e se deve a diferenças na execução dos movimentos da fala do indivíduo. Contudo, ainda não é claro qual o papel dos diferentes componentes do trato vocal na classificação de falantes, e apenas alguns estudos usaram fala contínua. Partindo desta questão, o presente estudo tem por objetivo modelar a variabilidade de locutores considerando as estruturas articulatórias e vocais na fala contínua. Projetou-se um procedimento de classificação baseado em um modelo de regressão no qual a variabilidade linguística previsível é removida e os resíduos são usados como entrada para comparação dos locutores. A elaboração do procedimento e os testes subsequentes foram realizados com 18 gravações da base de dados CEFALA-1. Entre os resultados obtidos, destacam-se: (1) A maior parte da variabilidade acústica extrafalante vem de diferenças relacionadas ao sexo do locutor. (2) Tanto as variáveis articulatórias quanto as vocais são relevantes para a classificação dos falantes, sendo que as vocais discretamente superam as articulatórias, quando dispostas em modelos isolados. Entre as limitações do estudo, observamos que o procedimento depende apenas da variabilidade estática abordada, não dinâmica, e não leva em conta a variabilidade consonantal.

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Biografia do Autor

  • Adelino P. Silva, Polícia Civil de Minas Gerais

    Adelino Pinheiro Silva é bacharel (2004), mestre (2007) e doutor (2020) em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Minas Gerais; capacitado (2009) em Fonética Forense junto a Secretaria Nacional de Segurança Pública. Editor da Revista Brasileira de Criminalística, da Revista Criminalística e Medicina Legal e da Revista Avante. Compõe o corpo docente e a coordenação do Curso de Gestão em Segurança Pública e Inteligência Aplicada (GESPIN) e atua no Setor de Perícias em Áudio e Vídeo no Instituto de Criminalística de Minas Gerais, onde realiza exames técnicos e pesquisas.

  • Maria M. Cantoni, Universidade Federal de Minas Gerais

    Maria Mendes Cantoni é professora adjunta na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Possui graduação em Letras Língua Portuguesa e Língua Latina (UFMG, 2006), graduação em Engenharia Elétrica (UFMG, 2021), mestrado em Linguística (UFMG, 2009) e doutorado em Linguística (UFMG, 2012). Realizou estágio de doutorado sanduíche no Lyon Neuroscience Research Center (França, 2011) e pós-doutorado na UFMG (2014) e foi professora visitante por curto período na UCLA (2024). Exerce atividades de docência, pesquisa e extensão nas áreas de Fonética e Fonologia Experimental, Prosódia, Linguística Cognitiva, Ciência e Tecnologia da Fala.

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Publicado

18-12-2024

Como Citar

SILVA, Adelino Pinheiro; CANTONI, Maria Mendes. COMPARAÇÃO FORENSE DE LOCUTOR POR MODELOS LINEARES GENERALIZADOS DE VARIABILIDADE ARTICULATÓRIA E VOCAL NA FALA ENCADEADA. Avante: Revista Acadêmica da Polícia de Minas Gerais, [S. l.], v. 1, n. 7, 2024. DOI: 10.70365/2764-0779.2024.101. Disponível em: https://revistaavante.policiacivil.mg.gov.br/index.php/avante/article/view/101. Acesso em: 24 abr. 2025.